Temo que ele volte no meio da madrugada
Não porque a rua marginalizaria seu corpo desleixado
Mas porque temo que durma em mim
Durante mais outras noites cruciantes
Temo seus músculos contraindo-me junto à saudade
Esfolando o meu orgulho
Despedaçando o amor que auto-construí
Já não entendo porque te(a)mo idolatrar ainda mais aqueles olhos
Acastanhados e simplórios
Envoltos por uma magia sórdida
Que o deixa com olheiras absolutas
Não me encaixo no meu medo surrupiado
De ouvir os discos antiquados no volume máximo
De reler os livros de Drummond
E cismar que cada personagem carrega o nome dele
Sou composta por batons borrados e temores que me aprisionam
Ora, se me borrei foi porque sua boca não me acerta
Não mais suporto a espera
E confesso por intermédio de rimas incrédulas:
Eu diria sim
Sem temer nosso mais do que esperado fim
Um texto cheio de passagens violentas.
ResponderExcluirAdmiro quando usas essa força.
Iza
Uau, muito bom, parabéns pela escrita!
ResponderExcluirCada verso esconde vários significados, inúmeros sentimentos...
ResponderExcluir"Sou composta por batons borrados e temores que me escravizam"
Pois é, somos escravos dos nossos medos, assim como somos escravos dos nossos sentimentos...
http://omundoemcenas.blogspot.com.br/
Seus livros podem até estar meio esquecidos, mas com certeza você tá sabendo usar muito bem as palavras e sentidos que leu neles!!!
ResponderExcluir;)
Feliz semana!
Amor singular é paixão, se teve amor por sua parte, houve reciprocidade, de alguma forma, em alguma palavra, chocolate, flor (assim eu imagino). Se ele voltar, que volte em chamas e não seja tão veloz.
ResponderExcluirAbraços
Diferente de você, eu não temo que ele leia essa poesia, pois é incrivelmente bem escrita e completamente profunda. Adorei cada palavra, cada verso e cada significado.
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