sábado, 2 de agosto de 2014

Deixa que eu durma em seu leito triste?

O vento que geme carente no meu quarto anêmico sabe dos segredos das nuvens. Navego nas estrelas a solidão das constelações, o céu sem cores à noite anuncia a própria depressão.
Por que não notaram que o céu está tão triste?
Será que não ouviram o choro que desaguou noite passada em minha sacada?
Se está cansado de ser tão só, te ofereço a minha companhia. Ofereço-te a minha insônia, o meu cansaço e alguns tragos do cigarro barato. Não se ofenda se amor eu não te trago, o amor se esgotou mais cedo do que eu preciso acordar amanhã. Não irei dormir! Hoje você me tem aqui, sentada sobre a minha vontade de sumir
Sumir daqui pra morar contigo, dormir eternamente enquanto não chega domingo...

5 comentários:

  1. Sempre gosto de pensar que coisas assim foram escritas pra alguém específico. Faz a vida parecer mais interessante.

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  2. Ah, esses sábados de aleluia que doem mais que um soco... O amor é um cão dos diabos, Bukowski tinha razão. Mas o domingo também é sem deus & só se morre de amor...

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  3. Acabei de me dar conta do que mais desperta meu interesse pela sua escrita: os adjetivos. Não os adjetivos propriamente, mas onde vocês os mete. Seus substantivos estão muito bem acompanhados, tanto que não me canso de vê-los fluir nesse embate constante entre dor, amor, abandono, melancolia, cinismo e sei lá mais o que que não corre sem deixar cortar!
    Feliz domingo e ótima semana...

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  4. A prosa jamais havia sido tão poética. Uma doçura variegada pela fumaça do cigarro. Abraços (também em prosa).

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  5. Teu poema é minha alegria, de domingo e de qualquer dia, gosto de tudo o que mora em tua poesia.
    Saudações.

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