No tumulto entre a estação de trem
e o meu coração
ouço os passos a baterem forte
no compasso da canção
sobre cansaço ou fracassos
isso não vem ao caso
se o caso for de amor
Vou cruzar espaços que me afastam do ópio
só para esbarrar no homem invisível
que se veste da solidão
e mexe com meu - já tão citado - coração
Vou escorrer por esses rios esquecidos
só pra te seguir com o olhar
Despirei o seu perfume amadeirado
com um rebolado
eu vou te deixar usado
Sobre esses amores platônicos
Vou me perdendo
em cada esquina que sou deixada
porque os olhos já não são os mesmos
Reparei na solidão
sou mais uma amando uns ou outros
nessa minha multidão
"Vou escorrer por esses rios esquecidos
ResponderExcluirsó pra te seguir com o olhar
Despirei o seu perfume amadeirado
com um rebolado
eu vou te deixar usado"
Seu raciocínio e sua narrativa são muito bons de se ler.
Adoro a cadência das tuas palavras. :)
ResponderExcluirAmar perdidamente é bom, é deixar algo de nós em todo o lugar. Gosto dessa conjunção da força e delicadeza com a qual tu nos leva por esses rios esquecidos.
ResponderExcluirGyzelle, tua percepção no comentário lá no meu "divã" me deixou alegre, lá é mesmo um lugar pra me libertar, usando dos textos poéticos pra reflexão.
obrigado
Ah, esses amores platônicos...
ResponderExcluirAdoro a tua continuidade. Tua poesia mexe comigo, Gyzelle.
Gyz---,
ResponderExcluircada vez mais próxima de uma prosa poética, estilo que admiro e tanto. Você é tão lírica e tão in-munda, sabe, tão presa à matéria, tão por dentro, na superfície, colada, contaminada.
Você é boa nisso.
Te cuida