quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Estaria voando em sua boca se possuísse asas

Quem sabe agora eu não te escreva a poesia da qual prometi
pois o seu cigarro me queima os dedos
junto a essa barba que esqueceu de crescer
e apenas brinca a infância na sua pele exaustivamente dourada

Você me segue aos becos e bancas em que me meto
só para rastrear os medos
e me salvar até fazer o coração chorar
porque caio em suas armadilhas

Na praia a maré carrega as histórias que não viveremos
e leva para ilhas desertas
até se misturarem com a areia singela
para enfim solidificarem nossos nomes lá pela primavera

Se você ajeita seus lábios miúdos desse modo suicida
é porque sabe da minha tristeza contagiosa
e o meu sangue impuro carioca
mas não se nega a querer me beijar

Moreno, eu gosto é de amar...
meu fetiche por amor é mais infinito do que o mar
os números, as galáxias e o céu da sua boca
(que ainda não provei pois não sei voar)

3 comentários:

  1. Estou de greve, srtá Gyz---.

    Amor é dos fetiches o mais puro e virulento. A pureza se esvai no mesmo lugar que a impureza.

    Seu coração é uma fábrica de fetiches. Deve haver muitas coisas para se furtar.

    Até mais.

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  2. Gyzelle, tenho que te dizer outra vez muito obrigado. Tu sabe escrever os poemas que me dão prazer em ler, isso é o mais puro canto de sereia, sensibilidade e escrita numa única melodia. Prazeroso demais, obrigado outra vez.
    Bom fim de semana.
    Ney

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  3. Depois dessa, se eu fosse ele, eu aterrissava agora!

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