Acordei antes das seis ao ouvir o pássaro gritar as mágoas perto da minha janela semi-aberta. Infeliz andorinha que exibe a dor no nome e no canto embargado. Chorei até molhar a almofada, e quis morrer ali deitada. Quis falecer antes de acender a minha desistência diária, rezei mesmo sendo incrédula só para não ter que levantar a carcaça antes do despertador a dor acordar às sete da manhã. Na padaria pedi por favor dois pães na chapa e um café pingado para matar a fome, porém, e a fome da alma desnutrida? Quem fartaria minha alma vazia? O padeiro não parecia disposto a isso depois de ter vendido tantos sonhos. Comprei então uma garrafa de água para sobreviver ao verão do rio. E ainda requebro os quadris ao atravessar a rua porque sei que o motorista do ônibus 538 sempre me olha, mas eu preciso é recitar aos caras o anúncio de que estou quebrada. Sou a bolsa de valores, o mensalão, a conta de luz atrasada. A chave caiu dentro do poço enquanto no elevador apertava o quarto andar, o vizinho deu o número dele caso eu precise de ajuda.
Será que ele possui cola para um coração aos pedaços?
Se ele possuir, pode avisar? Precisando aqui!!
ResponderExcluirAdorei, Gyzelle!!
Beijoo'o
OI GYZELLE!
ResponderExcluirACHEI TEU TEXTO INTERESSANTÍSSIMO E TUA FORMA DE ESCRITA MAIS AINDA.
GOSTEI DO QUE ENCONTREI AQUI E ESTOU TE SEGUINDO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Uma xícara de açúcar não seria um pedido mais aceitável, G. ?
ResponderExcluirAçúcar, pra adoçar a vida. Mas e se ele for diabético?
Adoro esse teu humor, que consegue ser triste.
ResponderExcluirSempre dou um sorriso triste quando te leio.
Não é ruim, meu sorriso mais verdadeiro tem sido assim.