estou quebrada,
não acredito na sorte
nunca a tive,
essas dores as tenho sentido
nunca foram novas, mas são
a única novidade da minha vida,
ainda tenho vontade de sair,
mas não teria coragem,
não tenho cara para vender por aí
ou no seu quartinho de hotel,
não tenho grana,
não tenho disposição para gemer,
mal tenho dentes depois do siso
acende o cigarro,
para comer mal tenho estômago,
mas tenho dores,
mas não vou distribuí-las,
se quiser deite ao meu lado na rede
eu posso te contar sobre o início
você poderia ficar
você pode se entreter no caminho
você poderia ter lido
ou para mim ou para se distrair
antes que eu me esqueça
depois da dor estancar
antes que eu veja
o rosto no espelho estilhaçado
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