eu te amei no tempo das descobertas,
eu te amava sem rosto, sem nos tocarmos
mas sentia de teus olhos o lançar
chamas debaixo das minhas pernas;
esse amor do qual falo é uma espécie
de coturno e saia justa;
e eu que sempre prendia o choro
foi depois de ti - esqueci de não chorar
e que eu decidi a desconfiar
do que dizia o olhar
os seus, os olhos, omitiam as intenções
sempre tão secos;
eu te amava embrutecida pela pouca idade
aprendendo a amar errado, pois foi por ti
que aprendi a mentir meus erros
eu aprendi a negar meus desenganos
eu até aprendi que sofrer era parte;
eu aprendi de uma vez a te amar e outras
coisas mais, mas chega de mágoa -
eu resolvi te escrever por lembrança
por reviver esse amar verde
foi a era do trevo também;
esse amar que surgia vermelhinho
em tua boca, de sotaque interior
das minhas vontades mais escondidas
foi ao te amar que descobri amar
o corpo oculto das mulheres;
foi ao te amar que descobri cores novas
uma delas se chama Passoni
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