hoje não venho te falar sobre o amor raivoso que me morde
nem dos braços estirados. os calos nas solas dos pés.
se a poesia me permite eu vim lançá-la
em suas pupilas sensíveis pairadas
no horizonte explosivo de azul
em suas pupilas sensíveis pairadas
no horizonte explosivo de azul
somos todas essas estantes cheias de histórias
e livros de poeira
e livros de poeira
meu coração não é o protagonista dessa poesia
eu sou a vida dos meus pais
eu sou a vida dos meus pais
e a velhice me assusta
a morte seca de um arbusto.
uma mão como um mapa me guiando com cautela.
não te falo agora de dramas sensacionalistas
dos erros de português e corretores automáticos
mesmo só falando a língua dos deuses narcisistas
que pintam essas palavras de vermelho
eu lanço em seus braços o peso de morrer sozinho
sem musas de sonetos
ou Julieta de um Shakespeare louco
pois o ônibus passou do ponto logo quando
eu já nem penso mais em te esperar
Que imensidão!
ResponderExcluirFiz um passeio nessa montanha russa, fui do alegre ao triste, do entendimento a compreensão. Ler e reler teus poemas é sempre uma boa viagem. Obrigado.
Saudações.
Também li e reli o poema. É excelente.
ResponderExcluirBeijo.
não dependa do ônibus pra chegar a lugar nenhum, nem do ponto de ônibus pra pedir parada. me surpreende você ser tão grande tendo a altura que tens.
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