você vai borrar a minha blusa nova de batom escuro e rasgar cartas antes de escrevê-las porque sempre irá desistir de me dizer adeus com essa letra ilegível por medo de aparentemente isso ser um grito de socorro. irá molhar um pedaço colossal do meu travesseiro enquanto narra as próprias tristezas diárias e infinitas, assim como os seus olhos de maresia tão salinos quanto o céu do seu verão tardio
essa voz piedosa me assustará quando abrir a porta nua de repente querendo se suicidar na minha frente como se eu fosse o seu especta-dor. eu nunca fecho a porta mas aprendi a trancar a alma pra não te procurar por aí em avenidas marginais porque assim eu também me perderia. seriamos dois perdidos sem volta e eu sou quem te salva, lembra? é por isso que te espero sim sempre que a noite brilha sob os prédios pálidos, te ressalto em meus versos e rezo pela sua calma mesmo que no coração de alguém maior do que eu
você vai morder o meu pescoço só pra deixar uma constelação promíscua, criará em mim um personagem intocável de amor e prometo que nunca serei tão devoto a algo quanto aos seus devaneios. vou te assistir acender o baseado sentada contando fatos baseados em livros canônicos pois não há como escapar da parte em que eu me apaixono pelos seus pés ou essa sua posição quase-erótica. é parte da minha proposta te aceitar em todas as poesias como se realmente você existisse. como se de repente você fosse acordar daqui a quatro horas para vomitar no banheiro, tomar o meu café e sair sem profanar um adeus
sem chorar
não chore agora, poetisa
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ResponderExcluirVocê é uma das minhas escritoras preferidas! A gente quase pode apalpar tua dor.
ResponderExcluirSão legais essas coisas que tu escreve pra serem lidas de um fôlego só.
ResponderExcluirObrigado pela atenção ao blog. :)
Tua poesia é tão puramente nostalgia, que dá vontade de existir no que tu crias, porque tudo o que diz se parece com o que vai pela alma daquele que imagina, viver um momento do mais eterno amor, entre a chegada e a partida.
ResponderExcluirAdorei ler você, como sempre. Obrigado pela visita, tu é sempre bem vinda.
Saudações!
me perdi no escuro das luminárias do teu quarto, g
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