quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Se está cansada de amar eu te ofereço o meu coração
Chegou e me falou dos caras, dos malditos caras com grana, das cartas, dos artistas, pintores e poetas. Fiquei me imaginando acordando mais cedo para não perder a chance de te ver tomar um café melado sem esse rímel borrado, assisti-la me perguntando qual roupa realça o tom do dia, reclamar do calor do dia, do trânsito e da dor nas costas. Imaginei você fumando deitada em cima do meu peito contando sobre os amores fracassados, dos problemas emocionais e rindo da minha solidão. Não parava de falar do amor de um jeito tão rude que me feri porque eu te amei ali mais do que todos os caras que já te provaram e era um amor intocado. Repetia que era poetisa e que venderia mais do que mil livros para comprar uma cobertura em frente ao Cristo Redentor só para não chorar sozinha. Por Deus! Eu desaguaria pelos olhos o rio Nilo, o Mar Morto ou a Baía de Guanabara só pra te acompanhar às noites em que se sentisse sozinha. Reclamou do cansaço, das traições, esquecimentos, disse que desistiria e não passaria daquela noite para ver a luz do dia. Seus versos devem ser tristes, poeta.
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Imaginei você pensando e construindo ...
ResponderExcluirNey Borba
É sempre admirável, como deve ser para o minerador, se deparar com especificidades.
ResponderExcluirE não menos admirável é a sua intimidade com as palavras!