sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Quebra-cabeças

Falta só um pedacinho para a Lua ficar cheia e eu uivar esse romance nunca acontecido entre nós três. O mar já não passa por meus pés estranhos, é tudo culpa dessa ressaca eterna de porres forçados e engolidos pela ânsia de fugir de mim. E eu fujo de ti porque não quero corrompê-lo com a minha descrença. Eu vou sugar teu sangue às onze, e vou te escrever na eternidade de um pálido papel barato.

Só te prometo isso: Sugá-lo com meus lábios antropólogos,
famintos por essa sua febre de almejar-me.
Você se encolhe, e pede para ser usurpado com esses olhos quebradiços. Eu vou me afastando impávida de sua abstinência porque não posso te quebrar, você não é essa onda que agora veio molhar-me até os joelhos, eu sou a rocha.  Você não suportaria manobrar um corpo suicida e eu não sei te levar à estrada torta porque me apaixonei pela sua carência, não me siga até o precipício, não me ame em noites de Lua Nova...

É só se jogar de cabeça que eu garanto, você afoga

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