quinta-feira, 30 de outubro de 2014

sanidade pede licença poética

transava com a poesia
todo santo dia
até parir rimas
e muita pureza

e às vezes criava amor
no âmago algumas palavras
que trariam tristeza

às vezes inventava amores urbanos
no ônibus
no Jardim Botânico
sentada no banco de praças pichadas

e se frustava por ter uma vida
de crônicas surradas
e só dançava sem música
inventava os próprios passos
por isso ia por caminhos equivocados

até perceber que não há retorno
era colecionadora de transtornos,
olheiras, livros e cartas

às vezes ela dormia temendo acordar
às vezes ela teme continuar vivendo

e quase totalmente louca
diz aos outros ser poeta
só para tornar bonita
essa mania de transformar
tudo em poesia

8 comentários:

  1. Percebo que ela tem o dom de fazer isso!
    Perfeito!!

    beijoo'o

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  2. Mas é essa a grande verdade que sai de dentro desse peito lindo... a capacidade de tornar tudo uma poesia infinitamente linda...de conversar, de transar com ela, misturando-se palavras e sentimentos....
    Delícia isso aqui....

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  3. "era uma colecionadora de transtornos,
    olheiras, livros e cartas"
    Apesar de absurdo, não são esses os colecionadores mais felizes? Tem o peito cheio de amor - por não ter a quem dedicar - e a alma cheia de poesia, como essa tua que é tão singular quanto bonita.

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  4. Não sei o que dizer, tu é imensa, eu meio que me perco em teus labirintos... os passo que você dá não consigo acompanhar.
    Saudações.

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  5. Bom dia, sua bela poesia faz-me dançar sem musica, seu dom de criar poesia é fantástico.
    AG
    http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

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  6. "Transava com a poesia todos os dias"... maravilhosa essa sua maneira de fazer poesia, de dizer as coisas duma maneira toda própria. Querendo ou não, está no sangue. Não dá pra segurar.
    bj amg

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  7. Identifiquei-me. Obrigada por palavras plausíveis em poesia aprazível. Abçs

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  8. demais! dores diárias nas páginas surradas de nossas vidas.. tantas vezes imaginárias. e só isso.

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