A Lua está sangrando antes da meia-noite. A Lua decidiu me inspirar e parece que sangra pelos pulsos apavorada. Devorei todas as migalhas do meu coração e usurpei planos que nunca serão meus só para achar algum conforto em terra impura. O chão está seco, faltam meses para o carnaval começar e eu não vou concluir a minha teoria de literatura. Maldita festa da carne.
O batom avermelhado passou do prazo de validade, as pupilas se dilatam quando enxergo a mitologia em cada ser pagão dessa cidade de prédios modernistas e me pergunto porque ainda não fugi para debaixo da ponte,
ou pra
cima
do
muro
onde poderia virar pichação ácida assinada por algum marginal que dorme
sem teto.
Mar-ginal: indivíduo que tem o privilégio de afogar-se
na imensidão do céu antes de dormir.
Uma bonita definição pra mar-ginal!
ResponderExcluirQue texto profundo, Gyzelle! Fiquei penstiva aqui...
Beijoo'o
flores-na-cabeca.blogspot.com
Tua literatura é pura, dispensa teorias frias que jamais explicam os significados - como tu fez, em textos poéticos da imensidão do céu.
ResponderExcluirMe sinto alegre ao te ler.
Um post muito poético, contextualizado com a lua de sangue...
ResponderExcluirSensacional o poema!!!
A definição de marginal, conforme disse a Simone é muito forte.....
A lua quando inspira, reverbera a luz do sol! abraços
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