Se me procurar ainda estarei no mesmo bairro cinza
com os vizinhos a protestarem o meu sumiço, os pés descalços
conta da luz atrasada e o violão desafinado
prestes a compor uma canção sobre partidas
para disfarçar o coração partido
Bebendo vinhos sem safra que me abrasam as paredes da alma
incendiando fotos e cartas profanas
sustando e molestando sonhos riscados da lista
me desfazendo da gramática e da poesia
como quem se despe de uma roupa que não lhe cabe
Eu não sei mais as cifras para poder tocar
e nem os rituais que me salvariam dessa maré de azar
não sei o que estou fazendo da vida
mas tenho certeza que não é isso que eu pretendia
Da vida, você faz poemas lindos e algumas almas alegres, como a minha.
ResponderExcluirBem vinda à parte doída da beleza criativa, um abraço alegre em seu coração.
Gyzelle, te respondi no meu blog em outro computador, mas não aparece nesse aqui. Ah sei lá ... respostas nesse computador aqui, parecem ser casos de observação, como se observa a vida ...
ResponderExcluirsaudações!
Olha, posso dizer que sinto o mesmo nesse exato momento. Talvez devido a circunstâncias análogas, sofrimentos parecidos. Onde é que você mora mesmo? Tão longe por que? Rsrs. É difícil se reorganizar depois de tanto tempo de um certo modo de se funcionar, assim juntos, mãos dadas, futuros dados,e de repente, são dados jogados ao acaso, sem mãos dadas e nem pés juntos debaixo do lençol, nem cabeças se batendo durante o amor, e pior, nada de dois corações para se aquecerem juntos em uma noite fria, ou chuvosa, ou qualquer outra.
ResponderExcluirGyzelle... Parabéns pela sua escrita. É sensacional. Sempre mexe comigo de uma forma inexplicável.
Bjs
E acho que o mais tenso disso tudo, é que não serve quaisquer mãos, ou pés ou cabeças ou corações. Só valeria se fossem os mesmos. E isso é que fode com tudo. Já procurei todos esses membros e amor em outras pessoas e foi frustrante.
ResponderExcluirQuando não sabemos mais onde nos achar. Tenho essa sensação "fico perdida na fronteira do sórdido acaso"
ResponderExcluirAinda há você, a poesia e a sombra de Anteros. Não se sinta só. Um abraço.
ResponderExcluir