Se a Lua crescer mais do que os meus sentimentos,
você vira lobisomem e me consome
na caça furiosa do amor tão germinado
por suas melodias à meia-noite
A noite partiu-se ao meio depois de tantas partidas
as quais me partem e só a sua metade tão
incompleta pode me fazer discreta
ou então seleta visto que apodreço de paixão
Se você prometer me ensinar sobre mitologia
e outra língua estrangeira
eu te derramo a poesia
só para recitar com a língua na pele,
te escreverei com a saliva
Nesse ritmo tão lento você vai descobrir,
eu sou seu parasita,
quem vai diagnosticar qual a minha patologia?
Espelhos já não me refletem tão bem
quanto seus olhos carnívoros
Você vai descobrir as minhas terras
e invadir o território,
me colonizar e explorar
sem receios vai me mudar os modos,
impor limites e me pagar barato
Vou me rebelar, te ouvir esmurrar a mobília
e vai me chamar de ingrata
eu só me rendo, te prendo
e cá pra nós, eu te entendo...
Entendo como se na noite em que nos achamos
tivesse te enfiado em mim eterno
Vai doer
você vai contar aos outros
tão alto da dor
vão te achar louco
o seu sangue doce incansavelmente quente
esquentaria as minhas faces sombrias
mas você tem anemia,
Se a Lua crescer demais você me come do jeito de homem
Que poema! Sensualidade na medida certa. Um jogo moderno e criativo de sedução. Original, maduro. Gostei,Gyselle.
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