antes que puxasse os papéis
e me pusesse a discursar,
antes da rua vazia me esvaziar
ainda mais, em pleno mormaço,
quando os olhos ficam nublados
do nervosismo da minha posição
aqui de baixo, os olhos em contato
com o reflexo das vidraças
da cidade vidrada em si mesma,
recolhida e distanciada, e eu
ainda pude contar o tempo até
que chegasse aqui, nesse lugar de
permanência do rei,
decidi que revelaria a minha glória,
meu desprezo, meu pavor pelos reis
agora eu decido se o que chamo
de vencido é o meu semblante indiscreto
e abandonado no meio da cidade
- que parou de me ignorar, - se chamo
por vencido o rei que agora escolhe
outro trono para cagar
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