haverá a hora da distância,
nos repeliremos feito cascavéis no cio
e quando for a hora do susto, espero
estar minha boca abocanhada à sua,
não quero acordar a vizinhança
- essa que já suspeita dos mistérios
e nossos rabos se debatendo, -
ainda que no elevador ela nos olhe
como se nos desconhecêssemos,
é assim como me sinto fora da cama,
quando estou contigo presa no mundo,
de olhar afiado, à espreita, mirando
o próximo bote ou pensando na segurança
das minhas mãos, se por acaso você
me segura, mesmo que por vontade
súbita, por também vaidade, ou
por mero esquecimento, ou
lembrança de que a qualquer descuido,
elas serão apenas o fantasma da pele
que eu deixei ao ir embora
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