recebo notificações
de que estou livre
para trabalhar e para morrer
musicalizo os poemas
para que reste da voz
o pouco de vitamina precisa
para sustentar o dia
deito na cama que já retem
as curvas do corpo
eu achava que as ruas
seriam mais maleáveis
ou percorridas
no auge da minha vida
que as palmas brindariam
mas agora dissimulam o choro
com o álcool do gel
mas ainda assim
preciso de mãos para rezar
e o terço em que fui crucificada
enquanto cria da bondade
que eu nunca vi no mundo
ainda permaneço
nesse silêncio de paredes
que não suspeitam
da minha solidão
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