cheiro
da tarde brotando?
tranco do motor
estagnado o céu
flash
cardume lânguido
dos pássaros
ao longe
uma florinha fincada
no asfalto
suja de lama
no vão do salto
as vezes a gente expressa
e não diz é que desacredita,
se palavra toda solta
fosse revolução
no mais,
o cachorrinho caminha
sorriso língua nervosa
o chão é perigoso
as quedas,
só olhar pra frente,
tem gente,
e me olha como se fosse bicho,
o cão
A gente nem olha,
desvia,
sente, sente mas vê,
falta sentido
ah é que bate uma nostalgia
imagem de infância
segurar nuvem
na mão,
e devagar roupa bate
no corpo,
de tão forte que é vento
gostoso vindo depressa
sabor de deserto na boca
olhos e água mais sal do Brasil,
desacredita,
tem cheiro pra todo lado
vindo de fora!
não quero falar
como se a gente fosse tudo
mas tudo não passa
de um pouco da gente,
e segue cabisbaixo
só as durezas do chão
reluz no ponto
mais indecente
lá da frente,
aponta
cheiro de fim.
É lá que a estrela
tá gemendo de gosto da noite,
muda a estação,
olha pra cá
gingado as flores
brotando
muita arte das cores,
quanta pintura!
acho que o céu
piscou pra mim
Nenhum comentário:
Postar um comentário