Depois de hoje, sinto que não tenho mais desejo de dormir. Não se não for para sonhar com o sonho da noite passada. Me parece um disperdício absurdo não viver o meu sono.
F. vem até mim, me questiona o porquê dos meus delírios. Começo a tecer conjecturas sobre o meu projeto de doutorado, de repente, só existíamos no cosmo, atravessados pelos nossos corpos interessados/interligados. Ele me fere com os olhos de imaginação, eu não interrompo a minha fala por puro receio de acordá-lo com o meu silêncio. Sinto o seu braço me entrelaçar como uma serpente ama o calor da sua presa, e vejo a sua mão pairar sob o meu peito. Não há sexo entre nós, apenas a chama infinita do inferno. Suponho que ele queira ouvir o meu coração, não com o objetivo de se certificar de que eu estivesse viva dentro do meu sonho, mas para identificar a veracidade do meu amor. Se o amo com o além-corpo. Os batimentos do meu coração me acordam. Agora não faz sentido dormir se não for para morrer infeliz e radiante de amor dentro do meu próprio sono.
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