quarta-feira, 10 de julho de 2019

Belo o jeito como soamos sorrisos

Quando o Sol nos coroa
pergunto da imagem que a gente fazia
nos Troncos contraídos, da pele raiando as Raízes,
a marca do teu rosto rastreando as Ramagens amarelas
E os Brotos corando, o verdinho queimando a pálpebra
tu pergunta coisas em silêncio
e me pergunto da imagem que a boca fazia
a gente ensaiando uma nova balada
do samba no banco de vidro
Gato, enviaria os ensaios da poesia
que pensei arqueada ao teu esboço
era novamente o breve tempo acenando
dizendo coisas da boca em bamba
Mais um enredo ao nosso gole,
entrar em campo, o Sol coroando a imagem
que a gente fazia do amor saudando os braços descontraídos
Eu me pergunto da imagem que a gente fazia
quando o amor se fizesse brilhar mais do que o próprio reflexo no Rio
e são tantas línguas de palavras salgadas
e tantos Mares que porventura corriam no Mato
desprovido de roupa o Inverno
saltitando sob os lençóis as Aves saltimbancos
Éramos bonitos e a paisagem um brinco,
falar de Natureza é transformar o que fazíamos encolhidos
Raio de versos um poema desprevenido

Um comentário:

  1. Lindo retrato embebido em uma deliciosa sinestesia. Lembrei de Cazuza: "Só entende quem namora" (mesmo sozinho).

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