fazia tempo que não lembrava de que o coração é inesperado quando se deita na borda do outro.
acho que sonhei sons ocultos e imagens borradas, talvez estivesse imaginado cores empávidas, dois albuns insólidos, bandeiras e outras sensacões de envergar o rosto mais para perto e longe intransitivamente.
preciso amolecer o coração antes de dizer do que sinto por nós, é porque o sentimento é firme mas o coração, meu caro, esse é feito doce de açúcar assado.
teu lábio eu não queria desgarrar, nem da cintura larga, muito menos da nossa posição de afeto pedindo o pão de cada dia, por amor.
ora, e lembrei do sonho, a gente pegava carona enquanto parava para fumar um cigarro em uma bicicleta de ferrugem, parava em um apartamento muito largo - mas não tão largo de seguro e belo feito tua cintura - lá eu brinquei com três crianças e um gato, uma senhora idosa me olhava e dizia se eu tinha vindo para cuidar deles, eu disse que precisava, e brincava com o gato, o gato não me arranhava, mas a senhora não parava de me ferir com os olhos.
tu sumiu, e eu achando que o gato faria o mesmo - o gato esteve todo tempo no mesmo lugar durante o sonho - lá no fundo - existe disso até quando falo do coração - sabia que te encontraria dentro de outras pernas e foi assim, eu não te olhei nos olhos porque os olhos estavam dentro de outro lugar.
Dalí foi surrealismo. no outro quarto o pai e o filho, no banheiro um homem suado entra e diz que eu deveria esquecer que foi um sonho, agora a sala estava cheia de rostos familiares - há quem diga que a gente não reconhece as faces em sonhos - tu reaparece transtornado, parece que tinha acordado. eu não lembro mais de nada.
domingo, 14 de julho de 2019
acordei e não te olhei nos olhos
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