eu vejo como o mundo
te agride
ladeira abaixo
dos instantes
insistentes em fazer
choro do que te toca
é que o sol te ama
a lua e eu aqui miúda
te amando
com a força veloz
dos moinhos
e das asas da libélula
sei dos seus esboços
mas pouco se sabe
da solidão
te impregnando
só essa sombra
queimada de fotografias
o muro de pedra
som dos seus pés
indo rumo a nada
que nos constitua
como um par
e lamento que não
possa enxergar
toda poesia
que me faz te dizer
como é lindo
saber seus planos
deleitada sob o retrato
afundado pela manhã
das horas não dormidas
assim feita de aço
e lágrima seu peito
tão delicado
seu sorriso
apagado na areia
das estações
sem que saiba
decorei seu abismo
todos os destinos
e seguiria contigo
mesmo que as palavras
além de nós
desfilem inibidas
a busca de conforto
em lábio selado
assim deliro
por seu gosto
como se preferisse
sua fonte inteira
às águas do planeta
ou todos os espaços
só coubessem
no buraco
que você se enfiou
e no qual me lancei
pra tentar te abraçar
e dizer que tudo
basta calma
pra alma
descansar
posso te ajudar
a enfrentar o afeto
dos planetas em órbita
as vagas impressões
o desconforto do verão
ao seu lado
enfim te transpassar
além dos
limites do corpo
te ver passar
mal sabe você
o bem que faz
te amar
E as palavras assim, é que me faz respirar.
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