agacho ao lado das caixas de papelão
e com o canivete à mão um surto
parece óbvio mas enquanto
o lacre rompe
o pescoço
soa fácil matar as dívidas
nada novo no céu além do rumo
ao sul de rios frágeis
e o lirismo certo de que vocês
também e
eu estamos
estado de crise
porém o que pensar depois
alguém te vira e pergunta
tudo bem?
como quem sabe
o que há?
como quem zomba da maneira
indefesa como conduz a vida
os pés enfiados na merda da sala
a calcinha limpa o xixi da buceta
o que diria quando chegada a hora?
eles enlouqueceram! interna hoje
mesmo porque isso é ameaça
à vida
não pode matar
tem que se alimentar talvez
limpeza espiritual cortar gastos
e inventar codinome quem
sabe viajar
pra perto só
esquecer daqui da terra
você é impura e imprecisa
calma o remédio pode ajudar histérica
conta uma história alivia o ego
estamos aqui pra escutar
"lembra quando a gente saiu juntas pro bar da sorocaba e enquanto a cerveja descia o formato da boca crescia e quando se ouvia música era poesia dos corpos agredidos pela distância que nem a gente compreendia mas quando voltamos pra casa já sem sei como o elevador subia daí paro o corpo entende a gente e se alia as bocas quase se uniam mas chega a hora é aceitar..."
as vezes você se trata ou então não
tem mais trato conosco pois é só
botando expectativa acima
do que pode alcançar
funciona na hora exata
ah creditamos em você
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGyzelle,
ResponderExcluirA tua intensidade e as figuras que você desenha nos versos são muito cruas. Às vezes me lembra Bukowski. Às vezes me lembra só você, que tenho descoberto aos poucos.
As postagens abaixo sobre as fodas, eu li com trilha sonora. Otto - Crua. (Assim como levo tua poesia hoje).