tem o peso dum tanque
de roupas molhadas
desbotando
o espírito
os canhões enferrujados
partem;
debaixo do mar
a terra seca
o rosto
dorme à dureza
dum algodão
o tempo entrou
sinto
no rastro
dos astros
atento aos buracos
posso assistir à natureza
a ponta rígida
da língua
por esta brecha
o beiço banhado;
alçar pegadas
os beijadores
os pássaros
das flores úmidas
mas nesta manhã
chego a ser
ainda
um chão
que não recebeu arado;
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