com os
dedos da mão
e porventura não deixei cair
aqueles que não temem
a hora da lágrima
talvez
sejam os
mesmos
que aguardam
o indício da queda
eu vi a ponta do planeta
amarelado
apontando
para os meus dedos
eu posso contar
quem amei
sem o
receio
daqueles que prometem
quando me dei
por perdida
quando
além
dos
meus rastros não só
eu os
havia
deixado
alguém me carregava
como dromedário
naquela areia
relutante do tempo
refletir o
amarelo
do planeta
posso voltar ao dia
em que vi-o
seu rosto
se projetando
partículas mínimas macias
a firmeza advinda
do seu gesto amiúde
inteiriça me permitira
ser conduzida
pela força do desconhecido
devido à sede
o silêncio
era mais
demorado
sem contar pois
deixara
de usar
as mãos
segura
para beijar-te
quem mais
poderia
dizer
do meu descuido acalorado?
o que quero falar a ti
da minha entrega
é que fora
em seus braços
a chegada à uma nova terra
o horizonte sempre nos mostra algo novo
ResponderExcluirGosto da ousadia em quebrar os versos para simular a ampulheta. Muito se critica as pretensões concretista por fazer com que a forma se sobreponha ao conteúdo. Mas acho que nesse poema você alcançou um ótimo equilíbrio entre expectativa e exigência. Nem sempre a gente consegue enxergar o trabalho e, sobretudo tempo, dedicado a um escrito.
ResponderExcluirEu particularmente sou um inimigo declarado do tempo, mas adorei esse poema. A segunda e quarta estrofe, especialmente são absurdas de belas.