quero ser antes a mulher que escreveu
na beira dum pedacinho de mapa rasgado
chamar de estado algo
cativo ao silêncio distraído
quero ser para você o que seria à mim
a esfera do brilho inteligível
oco órbita dos astros
galopando ao som de pássaros levianos
quero ser para mim o que somos
além dos famintos túneis
cavando a solidão dos vagalumes
transe das eras
não quero ser mais nada
além de saciada pela palavra
seca dentro de um abajur
no centro do coração de um âmbar
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