escolho o mais nonsense
arrisco ser o palpite
: te assistir antes do filme
até irmos às profundezas da sala
te guio à barraca dos doces
mais sal na manteiga
pacote extra grande
te deixo na fila do banheiro
com a mão no ingresso
penso do espelho em não retornar
tenho receios de te beijar no escuro
e regressar à belle époque
fico aflita de confabular um roteiro
na minha cabeça
que faça mais sentido e
que me faça sentir vontade
de acender as luzes
assim apareço com as mãos úmidas
- tremo pensar no contato com as suas
evito movimentos descuidados
assim deixo você ficar com a pipoca
aliada ao corpo
me parece seguro
e aperto os olhos nos números das cadeiras
percebo a nossa distância
em relação às
outras
vejo em câmera lenta
o nosso ritmo
ao mínimo gesto
não nos permitindo cortes
ou foi o filme que termina
ou foi o início
do meu desfecho
ninguém entre nós se levanta
só ouço você finalmente
e só consigo
entre os créditos
dizer que o melhor do filme
é a parte em que a gente se torna
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