terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Ana e o Mar

ao fundo azulado
às margens a larga praia 
disforme teu corpo de areia 
maresia o perfume teus olhos
tamanha ternura chorei junto ao mar 

miragem o brio pincelada 
merecia moldura tuas jóias 
teu tesouro revestido pele e seda 
teus contornos à mão e véu 

verão suei inteiro assistindo 
imaginei que não mais estivesse viva 
pois o mundo era incapaz de tanto sonho 
pensei que havia morrido nas águas 

eu fechava os olhos e te via límpida 
soava como uma onda atravessada 
tu sorria e o céu escorria de tormenta 
 
e me abraçava o sol e as ondas 
e me engolia o sal e as espumas 
e eu roçava nas conchas 
eu beijava os corais teus lábios  

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