quinta-feira, 27 de março de 2014

A poesia quer me expor na rua

A poesia degolou minhas virtudes de mulher
E o meu desejo de mistério mentecapto
Mostrando aos outros
O pouco que eu já não possuía

Não temerei os insanos, lúdicos
Que insistem em bater à porta trancada
E não temo o monstro que fez morada
Dentro de minha alma

Não tenho medo daqueles que zombam da dor
Onde deveras aqui existe
Ou estranhos suicidas românticos
Leigos de amores

Temo com violência a minha rima
A poesia que não dorme
Insistente em despir minhas lacunas
Com as mãos macias de solidão

Estou amedrontada por versos que querem viver
A vida que não existe em mim
O amor que reneguei com afinco
Sob a pena de angústia perpétua

Ela é a minha amante, senhora, dona
Desgasta minha fonte escassa
Deleitando-se da mordomia de ser vulgar
E não somente minha

A poesia marcou minha existência
E transformou-me nessa discípula dos sentimentos
Agarrados ao ventre de criações:
O desacreditado coração

A miserável poetisa está escravizada pela poesia
Que a devora através dos pulsos
Alimentando-se desse medo repulsivo
De ser revelada em prosa

5 comentários:

  1. Bom dia Gyzelle.. me fez lembrar Flor Bela espanca com seus sonetos carregados de dor, e tristezas.. a poesia não quer.. ela já te expôs.. e muito bem por sinal.. escreves lindamente tenha um lindo dia

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  2. na verdade eu já havia visitado seu blogue e gostei muito intitulado "ônibus laranja" e um trecho particularmente: "Sinto saudade de sair correndo enquanto quase perdia o ônibus laranja, ele era quente e mesquinho, nas costas as cadeiras guardavam frases que me arrancavam sorrisos ágeis, aqueles corações mal calculados tinham a sorte de estarem intactos pelo fato de não serem reais."

    gostei tanto que eu postei isso...


    house of orange awe by ramonlvdiaz

    i could embrace you, lay hundred laws
    to last less strange but i still miss
    what outside me range kinds of sleep,
    what your concentric wait awake from
    closet monsters eating dark tomorrow's
    and what we pretend on empires states
    with sun always east and golden gates;
    lotteric winners by the devil horizon
    and routines to sleep again and maybe
    shadow previous dreams, rewind those
    children who cannot how to heart grow:
    to wind and words beyond autumm leaves,
    afternoon without match perfect colors
    on landscape screen - scream dark dawn
    and goes and goés to extraordinary feel.

    to travel without space & first hyperion
    song of saffron chakra and offside peace
    to lounge underground at carioca noises
    anything saint when the archangel skyfall
    to the imaterial ground where everyday you
    almost live these fake taste of minerals
    paramount and parameter men petrified all
    those ratios of fathers and patterns to
    spread sketches of sweet ipanema highway
    drive-inn, worn-out: everything dead end.

    who knows how love is out of proportion,
    and what color is the right one to answer
    gods and dices never cease to come and go:
    you want everything, and this final desire
    is the unberable beauty with no becoming.

    sim vai ser um prazer conversar

    um abraço

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    Respostas
    1. Eu agradeci por lá, mas agradeço novamente aqui e ressalto que me arrepiei

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  3. Samuel e Fernanda, a poesia expõe a dor que talvez nem exista da poetisa! Voltem sempre

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