segunda-feira, 13 de maio de 2013

Serpentina

Pintou o rosto de cinza
Colocou vestido de bolinhas
Uma peruca escondia seus cachos
Fantasiou-se de palhaço

O carnaval estava no fim
O circo não tinha chegado
Serpentinas pelas ruas taciturnas
Cores em avenidas escuras 

Ele fazia as pessoas sorrir 
Nem a banda o tornava feliz
Dançava durante a noite 
Dormia enquanto o sol surgia
No escuro dizia-se contente
Caía na calçada com os olhos descrentes 

Apunhalado pelo amor
Pintou um coração na testa
Apunhalado pela vida
Pintou o rosto de tinta. 

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