Colocou vestido de bolinhas
Uma peruca escondia seus cachos
Fantasiou-se de palhaço
O carnaval estava no fim
O circo não tinha chegado
Serpentinas pelas ruas taciturnas
Cores em avenidas escuras
Ele fazia as pessoas sorrir
Nem a banda o tornava feliz
Dançava durante a noite
Dormia enquanto o sol surgia
No escuro dizia-se contente
Caía na calçada com os olhos descrentes
Apunhalado pelo amor
Pintou um coração na testa
Apunhalado pela vida
Pintou o rosto de tinta.
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