O café soprando a saudade
Música nova tocava para ferir
Manhã quente,
Nublada com a vontade de chorar.
Cardápio borrado de palavras
Jogado na mesa com desprezo
Duas marcas de copos vazios,
Silêncio deixado pelo cappuccino.
Dois casais sussurrando ofensas banais
Ameaças durante golada doída
Nó na garganta, língua queimada
Água nos olhos e na relação.
Chega o pedido da menina sozinha
Blues, café forte e poesia
Ela reza baixo uma prece
Lê o jornal ''o amor e o calor''
Coloca o casaco de pele
Aquece as diversas faces da dor.
Um garçom de branco exibe a bandeja vazia
Anda pelos lados com agonia
Com giz nos dedos ele traça o cardápio:
Hoje teremos alegria.
Pensa,
Mentira.
Lindo! E é ótimo vê as rimas brotando por aí, mesmo q timidamente. Mas sem perder nada da fluidez que torna teus poemas tão irresistíveis.
ResponderExcluirAh, versos tímidos, retraídos, feitos depois de um café quente. Fico grata por gostar.
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