Minha garganta está queimando
esse fogo seca a saliva
e mesmo assim me afogo
E fui tua até deixar de ser
até não poder mais aguentar
e hoje não resta mais nada dessa paixão absurda.
Eu queria poder desabafar
e contar que nunca fui culpada
contar minha versão sabendo que serei julgada.
Estou tão perdida
não existe ninguém que me encontre
e eu choro.
Choro sem que ninguém perceba.
Queria desabar
os alicerces da dignidade permanecem frágeis
e esse coração ferido cansado de bater
reclama incessantemente.
Eu fui tua até o último grão de sensatez
e agora eu quero mais ser essa aberração
sofrendo por amor que não existe
um poema é tão pouco para a chave dessa porta vil.
A herança que deixaram para mim foi doença maligna
e esse coração ferrado não quer mais te pertencer
mas fui tua
fui tua
até não mais querer.
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