há quem suponha que estávamos
enterradas, no calo de um dromedário
eu não digo estarmos contrariadas.
o suor nos descia a depilar as costas
e a deformação das palavras.
eu que abro a boca para calar
a sede, derreto o copo de plástico.
o caju me interrompe o soluço
arenosas imagens, mulheres
em uma ampulheta às horas gravadas:
reflito o meu deserto real-imaginário.
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