do que ver uma mãe arrumando baús
com as roupas do filho
que acabou de morrer
não há nada mais triste
do que dobrar
as mangas
os filhos mortos
os panos mortos
não há nada mais triste
do que um guarda-roupas
sem roupas, desnudo
imaginar a frieza do túmulo
uma lágrima molha a tua gola
uma lágrima borra o teu gorro
uma lágrima veste o silêncio
que cobre o teu corpo
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