sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Terráqueos

fotossíntese, lâmina, acne, transformidade, cabide pequeno e lacre em caixa de papelão, transtorno pré-consultado e o diagnóstico de uma aparente falta de tudo

mas talvez seja o excesso talvez o avanço dos carros indique a hora de atravessar

linhas em sincronia na blusa de manga comprida faixa de pedestre quanto custa não passar faz tanto tempo que não chupo uma fruta

esse buraco na terra, o efeito da nuvem sobre a lua cheia, completinha. mas é que o pão veio duro, o troco inteiro, a alça do saco arrebenta mesmo sem peso, sim o buraco é fundo, não posso ver

as armações foram compradas em 5x sem juros o blecaute não teme as lentes a prova de ver além é mais do que esticar o pescoço tira os óculos para ver o tom do céu não nítido

alegoria para o alvoroço melancólicos dos pombos dessa cidade indefinível

é que basta de descrições hipotéticas do que seria eu e você ninguém é tão completo assim, não tento argumentar, isso é passado a gente marcha e murcha e mancha de sangue estendida no horário de

volta para casa

celulose, catarro na garganta parecendo fala estancada, me contenho tanto que se quiser nem existo. deixo escapar o suspiro o símbolo a prosa ofereço humilde sem valor de devoção

me sobra perplexo espasmo da completude de estarmos habituados ao chão


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