domingo, 14 de março de 2021

berçários

haveria de sentir a solidão 
da lantejoula dependurada 
suportando o peso do ninho 

se há lanhadura corte 
ou espatifo; perambula 
o vento arriscado e certo 

se volto para casa ou entro na sua 
se por acaso me perco
se lugar nenhum 

o cão covarde mostrou-me  
ainda na infância: a coragem
se prova 
é correndo 

meço cauteloza o salto 
berço de quem vigia  

o peso deste amuleto ríspido 
brilhante dentro da solidão 
dos berços e dos brincos 

Um comentário:

  1. Fiquei felicíssimo de ter encontrado teu blog, e essas poesias quânticas que não resisti comentar. Li várias e fiquei pensando nos saltos de quando tu pensa, sente e escreve. Te ler me trás o que não sei, mas compreendo.
    É um privilégio te ler. Até me inspirei...
    Grande abraço

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