domingo, 9 de dezembro de 2018

enquanto estive perdida achava ter encontrado algum resquício de companhia

corre as horas discutidas
a gente se esbarrando
poesia surgindo,
de bandeja,
escorrendo de algum lugar
soturno entre nós

você me diz que nós
não existimos,
que sou eu falando por você
e me pergunta de novo
algo que eu não disse

você me empurra,
engole e vomita sangue,
diz que não gosta de mim
e de você?
eu me pergunto se gostaria

dessa vez não peço desculpas
nem a mim,
de sonho lindo
sabemos que o próximo bar
é mais um pesadelo,
nós sabemos sequer existimos
mas você insiste em dizer
que eu não disse nada

você insiste em não ouvir
e ainda faz perguntas
você é aquele porre
você é acordar e sentir
que o mundo não está seguro 

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