Dorme, meu filho
pois a sombra
pois a sombra
reclinada
é somente o encosto
é somente o encosto
da cama
deleitada sob
deleitada sob
teu descanso
Às tuas fraquezas
se expuser,
rosto às luvas,
se descubra novo mundo
na palma das mãos
Verá que dessas mãos
dormentes
erguerá taças,
erguerá taças,
decaídas,
irá segurar o rosto
irá segurar o rosto
em desespero
mas que serão gigantes
mas que serão gigantes
teus poemas
E há de encontrar face
que te perturba
que te perturba
se houver retorno
a solidão não será
mais somente tua
mas de um desconhecido
a solidão não será
mais somente tua
mas de um desconhecido
Quando desvendada glória
perceberá estar vencido
talvez pelo ego
perceberá estar vencido
talvez pelo ego
esse que te definha
talvez pelo gosto agridoce
talvez pelo gosto agridoce
no caldo da boca
Dorme, meu filho
amanhã a gente sabe que virá
ontem você sabe que já foi
agora tens o sonho de um menino
amanhã a gente sabe que virá
ontem você sabe que já foi
agora tens o sonho de um menino
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