quarta-feira, 25 de julho de 2018

Dorme, meu filho

Dorme, meu filho
pois a sombra 
reclinada
é somente o encosto 
da cama
deleitada sob 
teu descanso

Às tuas fraquezas
se expuser, 
rosto às luvas, 
se descubra novo mundo
na palma das mãos

Verá que dessas mãos 
dormentes
erguerá taças,
decaídas,
irá segurar o rosto 
em desespero
mas que serão gigantes 
teus poemas

E há de encontrar face
que te perturba 
se houver retorno
a solidão não será
mais somente tua
mas de um desconhecido

Quando desvendada glória
perceberá estar vencido
talvez pelo ego 
esse que te definha
talvez pelo gosto agridoce 
no caldo da boca

Dorme, meu filho
amanhã a gente sabe que virá
ontem você sabe que já foi
agora tens o sonho de um menino

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