como poderei caminhar por esse chão embebido,
e tocar olhares, desviar do tráfego de mutirões,
se descubro a solidão da poesia
constrangida e muda?
é que desde nascida
que me sinto vulcanizada a pronunciar
qualquer trivialidade
quem sabe uma hora ou outra
debatesse com um Cala-te a Boca!
mas é que não me calo
porque sinto os pés movidos,
os olhares dizendo coisas que boca
alguma é capaz de declarar,
e as buzinas acenando chegou a hora
de acordar
feito se for preciso falar/
é que como poderei caminhar
por esse destino de inquietação
se por existir a vontade clamar
de arrebentar o silêncio dessa vastidão
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