depois de todos os descuidos
meu corpo ainda diz que me ama.
talvez por pedir desculpas por tudo
fui assumindo as culpas
já me era incapaz de assumir
que as dores do mundo não são minhas.
quando mal procuro escrever
como absolvição
em qualquer canto do mundo,
quis escrever a pai que todo cuidado
é pouco e
à mãe que todo amor do mundo
é pouco,
eles sabem
a culpa não é nossa,
mas unimos nossas mãos como culpados.
o sentimento na palma das mãos, culpados.
è talvez por isso que recebo castigo divino,
por carinho.
como Clarice, escrevo para salvar
talvez a mim mesma.
minha esperança chora devagar
junto ao céu.
como me dói o soco do mar.
Como me é profundo mergulhar.
a infância tranquila no corpo
fé e absolvição
somos cúmplices
desses carinhos
que são dados com os punhos das mãos.
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