evocado pela linguagem
- me revela
segredos que antes
fora preciso abrir trancas,
nunca tinha gostado tanto
de ouvir falar crônica
um amor silêncio
rangendo a boca voz
simples de adoração
foi só tua boca que revelou
palavras encolhidas
na superfície das línguas
um gostar
que sequer esperávamos
apesar de alienados
pelo amor desprevenido
tua boca abre como quem salva
de um náufrago mil corpos
só com a respiração
Amarelado teu rosto
parece que o sol
pintou teu rosto
profano amor disperso
não pense mal das ilusões
sequer esculpidas as muralhas,
coração fragmentado
o corpo e a matéria-
será preciso correr da cidade
até um buraco no chão
parecerá seguro
afastado da multidão
a multidão assustada
ao encontrar teu rosto
perdido da multidão
seguro entre os dedos da mão
parece que só sobrou
coração
batendo
parece que há um portal
parece ainda
que ninguém morreu
entre você
e eu
ouço tua voz
Que poema forte e dolorido. Ah, o amor, ao mesmo tempo que salva, fere!
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