Foi preciso poesia pra ficar inerte
de um vazio que parece fome,
e foi bastante até cansar poeta
de um vazio que parece fome,
e foi bastante até cansar poeta
Precisou de flores pra fazer perfume
em uma cidade cor-de-prata,
pouco rica
em uma cidade cor-de-prata,
pouco rica
Com páprica e torta de maçã o que era amargo
virou beija-flor, sedento e eufórico
docinho, para suportar um pôr-do-sol sem chorar
(pois o choro vinha salgado)
virou beija-flor, sedento e eufórico
docinho, para suportar um pôr-do-sol sem chorar
(pois o choro vinha salgado)
E com arte moldou-se um abraço calejado
se desenhando e dançando por entre dedos
com bolhas de tantas tentativas incansáveis de reinventar amor
(o amor existe porém não dura mais que horas)
se desenhando e dançando por entre dedos
com bolhas de tantas tentativas incansáveis de reinventar amor
(o amor existe porém não dura mais que horas)
Quem não vive arte desiste
sobrevivendo de esmola
sobrevivendo de esmola
(2013)
Quanta inspiração. Não sei qual mais gostei dos que li. Mas em todos há um reconhecimento, um encontro comigo.
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