se soubéssemos -
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
se soubéssemos -
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Pois é impossível ignorar a leveza das rosas murchando no inverno de lágrima e riso solto
À cor dos olhos intranquilos no vagão incinerado na avenida atlântica
Talvez você saiba o sabor dos tons da madrugada passiva na orla das intenções marítimas
Mas sem preparo ao mergulho teus braços buscam areia das horas que deslizam nas noites da praia deserta
E morre afobado quando em solidão o peito arfa feito maratona do mar em revolta
Enquanto a boca espumada entrega o sal das correntes vindo de um Portugal insosso
Transitaria nas palavras de amor embarcada nos sentidos que flutuam sonhos ancorados no castelo de memórias
E sem motivos de volta a maré em homicídio entre corpos estirados e balas de canhão o coração blindado
As multidões em brasa e a distante praia gostaria de te ver declamar que o amor está em tempo de guerra continue antes de afogar continue a nadar
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Dedicatória
Guardei o verso mínimo
Pra dizer das coisas
Que não diríamos se as palavras
Fossem amenas
Pois quero te oferecer
Uma rima breve
Antes do riso e dos olhos
Que condenam versos poucos
Tanta intenção
Que sei lá
Discernir e voar
Até seus lábios aturdidos
Descobrirem o tom
Da minha voz
Ao inverso
O silêncio desmedido
sábado, 19 de agosto de 2017
Contornar a saudade do que ficou
Novamente a estrada vai se refazendo é possível pensar em coisas boas feito as nuvens de açúcar, os beijos de côco, sorve-te o dia inteiro de calor
A gente assoando o nariz desse caos orgânico, enquanto navegar na web é um pouco de privacidade às avessas, pegar o bonde andando, correr de salto no escuro em pedra portuguesa.
As vezes acho que colonizaram até o tom das ruas, de viela em vão.
Tem dias que a gente se sente como quem partiu e não quer voltar mas se a estrada é ampla e caminho em segurança, por que insistir em retornar?
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
Canteiros
Vieram perguntar se não gosto de vida num dia quente tão morno que respondi sim mesmo não conseguindo sorrir eu acho que aquela pergunta me invadiu mais do que o brilho do sol
Dobrei as mangas da roupa de dias e não pude recuar com palavras nem os passos estava sentada e ergui a voz meu deus como eu queria correr entre as framboesas num mato verdíssimo
Mas é que o brilhos dos olhos e das manhãs das maçãs tudo bem se chorar de vontade
Tudo bem se não estiver
quinta-feira, 10 de agosto de 2017
Gestos e amarras
domingo, 6 de agosto de 2017
Aguardo
dizer que te escrevo
Mesmo que tente negar
o estômago revirado
Às horas distração
Às horas onde você está
E tal manhã
de nuvem cinza amarelada
surgiu feito uma florzinha
contente espalhando
assim logo
cedinho
Uma breve pausa
pára
o coração
Quis te dizer isso
em segredo
a fim de não soar ultrapassado
revelar tamanho fogo
em público
Mas os segredos
constrangem até
quando negamos
não nos ver
Mal tive tempo de decorar
teus planos
mas seria bom
em lábios
que pra mim
parecem flutuar
E dizer coisas infindas
As vezes acho
que você me machucaria
feito pancada de chuva
Ontem sonhei
com dentes quebrados
Não seria seguro
se dissesse
prever o futuro
(Sussurro)
Me dar conta dos juros
Das malas cheias de vento
Água toda estocada
Lá fora chovendo
Você aqui dentro