quando a ladeira pede um pouco de calma
e a cor das fotografias perdem seu valor
é o pulso gemendo em silêncio
versos pingando
a poesia vibra como um alarme
uma arma
um explosivo
o chuvisco cantarola
mesmo quando o dia amanhece neutro
e as plantas murcham
dentro de um pequeno vazo cinza
num simples relato de uma crônica malfeita
mesmo assim haja pulmão
os dedos
e peito
peito
só assim as palavras
os poetas
transam
e eu gozo com os punhos cerrados
ciente da fraqueza dos versos
enquanto o cimento da rua seca
sem que restem sinais de digitais
das folhas que despencam no verão
a poesia vibra como um alarme
uma arma
um explosivo
é nesse instante de distração
que o poema geme com delicadeza
e o último fôlego
acompanha o berro do coração