paredes azuis
e teu verniz nos olhos parecendo choro
eu estendia as olheiras ao sol
e tricotava aquele tapete da entrada
as nuvens desenhavam os anúncios
que não saíam nos classificados
você vestia solidão
reverberavam os refrãos em reprise
como se a memória fosse curta
e as saias um empecilho
eu rendava meus lábios em tua nuca
o dia chamuscava dois ovos na frigideira
as paredes sempre muito azuis
e da janela assistia a comunhão em desespero
parecia choro aquele verniz
você vestia solidão tão justo
que meus braços se tornariam prisão
as aves em fuga pro sul
aquele tapete imundo
eu previa a tempestade de agora
o azul te enclausurando
um desfecho suave e tempo nublado
você seria uma rima só
paredes
versos livres
e o verniz
nus
só lhe dão mais cor
Mais que ler, fiz imaginar o lugar e cada coisa e cada gesto, vi um subir pelas vertentes de uma montanha ... bom,tu me faz imaginar coisas.
ResponderExcluiruma boa semana.