tentei dormir mas ouvi 3 tiros disparados
corri pra ver se havia sangue na rua
de certo a cena me cederia 1 pesadelo digno
porém não era bala atravessada que rendia insônia
corri pra geladeira e ali quase vazia só tinha
2 laranjas descascadas
senti a metáfora roer meu estômago
os bagaços deixados pra mim possuíam suco e caroços
a tampa do vazo levantada
a tampa da pasta de dente desaparecida
um gosto de choro na garganta
é quase manhã mas narro a noite
como se fosse tudo uma instigante narrativa
e o ronco da barriga só um surto de paixão
os tiros um presságio de domingo
e as tampas sejam as famosas pedras no meio do caminho
os bancos só abrem portas às 9h
chupei minhas metades das laranjas
Drummond diria que eu corro demais
Adorei o ritmo poético, me lembrou quando converso cmg mesma.
ResponderExcluirIncríveis abstrações.
beijos.
Adorei o ritmo poético, me lembrou quando converso cmg mesma.
ResponderExcluirIncríveis abstrações.
beijos.
Dessas epifanias frenéticas que dá gosto de ler!
ResponderExcluir"um gosto de choro na garganta"
ResponderExcluirEsse gosto não me larga nunca. Meu gosto pela sua poesia também não me larga.
E ele estaria certo, ainda mais se dissesse que tu sente mais enquanto corre e discorre sobre o cotidiano, que te trás à minha existência e faz com que eu tenha o mesmo gosto, quando te leio.
ResponderExcluirE é verdade, " esse gosto não me larga" como disse a Hellen.
Também gosto do circo sob a poesia e muito pouco de laranjas.
Abraço e uma boa semana.