Lá estava eu, de braços cruzados, segurando firme o coração que por um triz batia à sua porta; de botas cansadas e lendo o welcome to hell no tapete trivial e ainda úmido da chuva na sua entrada. A tempestade fazia folia, a mochila havia engolido o isqueiro laranja e recordo com remorso do cigarro que pedia fogo encolhido entre os dedos que trepidavam em ritmo submisso. Há recordações ainda da miserável nicotina querendo me ajudar a morrer de forma mais lírica do que em frente a uma porta encardida e quiçá mais rígida do que o seu pau em minha boca que pechincha um bocado de absolvição. Seu pau em minha mão. Seu pau tão em mim e essa porta maciça fodendo a minha entrada. Welcome to hell você diria mesmo sabendo que sou monolíngue e do meu espírito pagão. Seu pau em minha mão. Você me ofereceria o sofá-cama e o dilúvio que mataria a minha sede não se encontra em copo d'água. Nós saberíamos. O meu coração preso entre os braços era quem mais sabia, mas sabe-se lá se a água em festa na rua não serviria pra lavar minhas mãos.
Lá estava eu, nua, na rua, aguardando absolvição.
" Nua, você deve ser mais linda que a lua,que nunca fez poesia com tamanha beleza e ousadia,
ResponderExcluirquando é tua a rua, a felicidade enfeita tua cintura nua que faz inveja pra lua e ciúmes nas senhoras da vizinhança, da mesma rua onde a flutua a lua que de crescente por inveja se faz, minguante.
Eu aqui no meu sertão,carrego meu coração nas mãos, enquanto amo a tua natureza de vulcão."
Eu, anônimo.
Sua poeticamente-obscenamente linda.
ResponderExcluirque saudade tive de te ler.
ResponderExcluirvocê é foda. do caralho, mesmo.