você me diz que o
sol vai se pôr
e eu recordo que há
um oceano
tão frio e medonho
dentro de seus
braços
me afogando
que temo não sair
com vida
consigo ver a luz da
lua na parede
do meu quarto
mas nem há lua hoje
quando os vaga-lumes
aparecem
a chuva molha um
pedaço de mim
mas eu não choro
alto
só a tempestade cai
sonhos dormem
e temos que acordar
o coração
exausto no café da
manhã
quando você se
perde dentro
da noite clamando
que haja
algum culpado pela
nossa solidão
é quando eu existo
há licença poética
em seus olhos
mas quem tem tempo
pra poesia afinal?
quem repara no
desassossego dessas palavras gigantescas?
quase todos os
parágrafos reparam
nossa poesia é
marginal em um mundo
ocupado por
gramáticas
e olhos calculistas
eu vejo a luz da lua
na parede
do quarto
mesmo sabendo que os
postes
da cidade mentem pra
mim
Você vive no desassossego das palavras gigantescas e naquelas que nem são ditas. Teu existir é mais brilhante que essas luzes da cidade.
ResponderExcluirBjoo'o
"quando você se perde dentro
ResponderExcluirda noite clamando que haja
algum culpado pela
nossa solidão
é quando eu existo"
A síntese do poema como o entendi...
Beijo.
"há licença poética em seus olhos": genial!
ResponderExcluirSempre leio teus poemas com o coração na boca. São intensos, reais, sou eu nisso tudo.
ResponderExcluirSempre quando preciso de poesia, inspiração, pra conseguir elaborar o mecanicismo e desamparo dos dias, venho aqui. E funciona!
ResponderExcluirTodas as luzes da cidade cabem nos teus olhos, no teu amoroso poema, todas as luzes cabem em ti e minha admiração, também!
ResponderExcluirÉ sempre bom te ler, acho que já gosto bastante de ti.
Saudações.