Mesmo possuindo esse chão
que me impulsiona
a seguir em frente com esse pés que eu odeio
Eu sei, tenho que amar o meu corpo mas pra mim
o amor é uma espécie de aberração que
se esconde
em algum espaço aqui dentro
Talvez em algum lugar que eu já tenha ido
durante as intermináveis
fugas que faço sem sair de casa
Não durmo direito a quase duas semanas
e há aqueles que acham que tudo isso é culpa
da nova medicação que realmente
destrói meu apetite
Mas tenho fome
Estou faminta, oh céus
Por que não caibo nesse azul?
São tantos quilômetros esmagando
meus pulmões contra carteiras de cigarro
e só preciso tê-lo nas mãos
Eu vivo de metáforas
E tenho suspeitas de que nem saiba o que é viver, mas estou aqui dentro de um ônibus me levando ao sul de alguma cidade alagada por mares brandos
Será que essa cidade é mais triste e banhada por água salgada do que os meus olhos? Do que a nossa história ainda prematura? Possuo incrédula um sarau de perguntas que ninguém além do tempo pode responder
Às vezes tudo parece realmente confuso pra nós e é bom expressar isso em poemas... Aprecio bastante seus escritos. Só toma cuidado pra não negar amor a si mesma; é um crime dos grandes. Besos.
ResponderExcluirGyzelle, você dói de uma maneira assustadoramente bela.
ResponderExcluirO primeiro verso me é familiar, purpleheart. ouvi ele em algumas tentativas. auhauhauahau
ResponderExcluir"Talvez em algum lugar que eu já tenha ido
ResponderExcluirdurante as intermináveis
fugas que faço sem sair de casa"
acho que os teus versos são os melhores que já li na vida...